Entrevistas

Hoje o bate-papo é com o pessoal do Writer´s Room 51!

Entre meus estudos e pesquisas sobre roteiro no ano passado, conheci o insta do Writer´s Room 51 e acabei decidindo apoiar o projeto através do Cartase (logo vou explicar). Acreditem, não me arrependo! É muito enriquecedor fazer parte dos apoiadores do núcleo e participar dos encontros!

O Guilherme e a Jéssica são super receptivos e dão altas dicas durante as reuniões, eu já apresentei meu projeto lá e várias pessoas também! É uma forma de treinar o nosso pitchings, com um benefício de ter feedback dos ouvintes, com zero julgamentos!

O Writer´s Room 51 também têm um blog, em que mensalmente postam os melhores textos sobre o assunto! São conteúdos densos, didáticos e enriquecedores! Vale muito apena separar um tempo na semana e ler os conteúdos!

Inclusive, alguns textos que tem no blog do Writer´s Room 51 podem te ajudar nessa edição do LAB 51, são eles:

O LAB 51 para quem não conhece, é um laboratório de desenvolvimento de projetos em parceria com a TDC Conteúdo e já está na sua terceira edição. Participei apenas da 2º edição, o de séries, não fui selecionada ehe. Mas, quero ver se participo esse ano novamente!  

Então, para falar mais sobre o LAB e divulgar o trabalho maravilho que eles fazem, convidei eles para esse bate-papo!

Quem está por trás do projeto? E como tudo começou?

O Writer’s Room 51 nasceu em 2019. Nós (Jessica e Guilherme) nos mudamos para São Paulo, onde encontramos um mercado audiovisual muito mais sólido e competitivo.

A Jessica veio de Gramado e eu, Guilherme, de Porto Alegre. Não conhecíamos praticamente ninguém aqui exceto alguns contatos que tivemos em eventos e laboratórios pelo Brasil. O Writer’s Room 51 surgiu como uma vitrine para o nosso próprio trabalho. Logo, criamos um núcleo de desenvolvimento, junto com outros roteiristas – Fábio Canale, Márcio Schoenardie e Be Zilberman. Hoje, nosso núcleo cresceu e contamos também com o trabalho do roteirista Telson Reis Jr.

Pensando em disseminar mais conteúdo sobre roteiro, que não encontramos tão facilmente, criamos um portal de comunicação para a página, chamado Newsroom 51. É um lugar para escrevermos entrevistas, pesquisas, dar dicas e conhecermos outros processos de criação. Não imaginávamos que o Writer´s Room 51 fosse se tornar algo, além disso, mas hoje temos o maior orgulho e prazer de construir matérias sobre roteiro e entrevistar tantos profissionais roteiristas fascinantes. 

Nós dois somos roteiristas e redatores, então criamos praticamente todo o conteúdo do Writer´s Room 51. A página tem ajudado bastante no avanço das nossas carreiras e também nos estudos narrativos, já que pesquisamos muito antes de lançar qualquer conteúdo ou iniciativa. A colaboração com diversos parceiros também ajuda muito no crescimento dessa comunidade de autores que se formou desde o início do Writer´s Room 51.

Como surgiu a ideia do LAB 51 e quem são seus parceiros

O LAB 51 surgiu de uma vontade nossa de construir um laboratório de desenvolvimento que contemplasse projetos com viés comercial. Laboratórios são importantes demais para a nossa carreira, mas entendemos que a grande maioria deles tem como foco os projetos mais autorais. Achamos essa uma boa decisão, pois hoje em dia sabemos como é difícil tirar um projeto autoral do papel. São poucas as ferramentas de incentivo e muitas as demandas voltadas para algo mais comercial. 

Dito isso, ainda sentimos que não há muito espaço para aquele roteirista iniciante, fora do eixo e sem muitos contatos que deseja trilhar o caminho do audiovisual para grande público. Por isso, convidamos nossa parceira e roteirista Bia Crespo, fundadora da TDC Conteúdo, para nos ajudar a desenvolver a ideia do evento. A Bia entrou com uma grande expertise e ideias ótimas para deixar o LAB 51 cada vez mais relevante para roteiristas de todo o Brasil.

Aliás, na semana que vem sai um bate-papo com a Bia Crespo falando um pouco sobre carreira e dando algumas dicas para essa edição do LAB! Fiquem de olho no insta Roteiros e Narrativas, que aviso a data por lá!

Falem um pouquinho das últimas edições, sobre como foi para vocês do Writer´s Room 51 fazer as avaliações e tudo mais.

As últimas edições deram muito certo! Sabemos, inclusive, que alguns projetos já estão em estágios bem avançados no seu caminho comercial, mas não podemos dividir muitos detalhes ainda. 

A seleção para todas as edições, começa por uma avaliação interna. Definimos em detalhes os briefings narrativos com a Bia – fazemos questão de apresentar todos eles nas matérias que fizemos com a TDC Conteúdo. Pedimos pseudônimos e também convidamos uma pessoa avaliadora de fora sempre para auxiliar nesse processo de maneira neutra. Nesse estágio, analisamos cada projeto considerando as premissas que a Bia Crespo divide, separando uma média de 30-40 projetos para que ela avalie. 

Por fim, a própria Bia avalia cada projeto individualmente e seleciona os finalistas e semifinalistas a partir daí. Em meio a tudo isso, nós que preparamos todos os materiais e contato com o público.

Nos LABs anteriores, quais foram os erros mais comuns que acabam desclassificando as sinopses?

Pelo ponto de vista narrativo e também comercial, podemos citar alguns erros que percebemos com frequência. O primeiro é: premissa boa, mas desenvolvimento fraco. Muitos roteiristas apresentam problemas em fechar sua narrativa. Vemos, em sinopses longas, parágrafos longos destinados à apresentação da trama e personagens, mas linhas curtas para nos trazer a solução de todos esses conflitos. 

Falando em apresentações, também notamos muitas tramas interessantes com protagonistas rasos – sem uma falha central clara, um objetivo convincente, ou mesmo especificidades que o destaquem. Outra questão problemática é apostar em personagens estereotipadas, esquecendo que desenvolvê-las antes de escrever a sinopse. Caso contrário, essa falta de profundidade aparece muito claramente no arco narrativo (ou falta dele).

Outro ponto, que não é necessariamente um erro, mas requer atenção, envolve a questão dos gêneros híbridos. Ainda é muito mais difícil, no cenário brasileiro, vender um projeto muito híbrido. Exemplo: comédia/terror/suspense/drama, tudo junto. Em muitas sinopses percebemos um gênero claramente dominante, mas que perde forças por uma falsa “obrigação” de mesclar com outro subgênero.

Agora o Lab 51 vem em um formato um pouco diferente, podem falar um pouco de como vai funcionar?

Neste ano, o LAB 51 vai pedir apenas um storyline – “uma logline um pouco maior, pois queremos analisar bem a premissa muito mais do que o arco da narrativa” – e um sample de um roteiro autoral. Isso foi uma adaptação pedida pela própria Bia, analisando alguns pontos cruciais das últimas edições. 

O LAB 51 quer reforçar sua proposta em promover o desenvolvimento dos projetos junto a TDC conteúdo. Não buscamos projetos prontos, sólidos, com autores que não tem o objetivo de retrabalhar sua obra. O sample serve muito para compreendermos o nível técnico de cada roteirista. 

Vale ressaltar que não criamos uma iniciativa que promove qualquer tipo de status, mas queremos construir pontes reais. Pensamos e repensamos os modelos de negócios do LAB para que ele seja, de fato, uma plataforma que impulsione cada projeto. Assim, um sample de cada inscrito se torna uma ferramenta útil para que a Bia entenda o estágio desse profissional e, principalmente, se ele já tem as ferramentas básicas para “segurar” um projeto, caso feche um contrato de desenvolvimento.

As inscrições começam dia 1 de março e no insta Roteiros e Narrativas temos 2 dicas sobre os itens pedidos para participar do LAB 51:

A 1º é sobre o que é um sample e como fazer o seu.

Como fazer uma boa premissa?

Uma boa premissa pode partir de várias questões narrativas. Porém, geralmente, as mais interessantes deixam claro a jornada emocional de uma personagem que ou é muito única, ou tem um problema muito único. 

Isso quer dizer que a combinação personagem + plot transmite originalidade, ou então muita verdade. Um bom exercício é imaginar “opostos” narrativos: uma personagem que não combina com seus arredores e que vai precisar mudar de alguma forma. Ou, então, arquétipos que parecem não cominar na vida real, mas dentro de um tema fazem sentido. Por exemplo, um serial killer que trabalha na polícia (Dexter). 

A partir daí, quando falamos de loglines ou sinopses em geral, é preciso trabalhar bastante na estrutura e escrita para deixar bem claro quem é, fazendo o quê, onde e qual o conflito entre esses elementos.

Tem algum gênero ou narrativa que são os favoritos do pessoal do Writer´s Room 51?

Não podemos afirmar que são “favoritos”, mas alguns gêneros têm maior aceitação no mercado audiovisual brasileiro. Comédia, principalmente se for comédia para toda a família. 

Terror está em alta, muita gente está de olho no gênero, principalmente se for um terror que dialogue com convenções clássicas. O melodrama também sempre cai bem no Brasil e é algo que streamings estão buscando cada vez mais. Portanto, tramas de família, intrigas em locais de trabalho ou jornadas de personagens extraordinários são boas pedidas narrativas nesse estilo.

Tem algum gênero ou narrativa que são os favoritos do pessoal do Writer´s Room 51?

Não podemos afirmar que são “favoritos”, mas alguns gêneros têm maior aceitação no mercado audiovisual brasileiro. Comédia, principalmente se for comédia para toda a família. 

Terror está em alta, muita gente está de olho no gênero, principalmente se for um terror que dialogue com convenções clássicas. O melodrama também sempre cai bem no Brasil e é algo que streamings estão buscando cada vez mais. Portanto, tramas de família, intrigas em locais de trabalho ou jornadas de personagens extraordinários são boas pedidas narrativas nesse estilo.

O que o pessoal precisa fazer para participar do LAB 51?

Para participar é fácil! Basta acessar o site https://www.writersroom51.com/lab-51 , onde você encontra o regulamento e a ficha de inscrição. Todas as informações estão lá, inclusive com um F.A.Q., mas também estamos atentos ao nosso e-mail e redes sociais. Nosso e-mail é contatowritersroom@gmail.com

Pra finalizar, para aquelas ideias brilhantes de série, quando vai ter o próximo LAB 51 realizado pelo Writer´s Room 51?

Ainda não confirmamos o próximo LAB 51, mas a ideia é mantermos uma edição por semestre. Cada laboratório é pensado com muito cuidado, pois queremos que faça sentido para os inscritos, para a TDC Conteúdo e para o mercado audiovisual brasileiro, que muda um pouco a cada dia. 

Se a TDC tiver projetos demais em sua carteira, vamos sempre priorizar marcar o laboratório para o momento mais frutífero. O mesmo vale para formatos, já que cada LAB 51 é voltado para séries ou longas-metragens. Mas sempre mantemos nosso Grupo de apoiadores do Writer´s Room 51 e redes sociais atualizadas para divulgar qualquer iniciativa!

Como falei lá no início, o Writer´s Room 51 têm um programa de apoio lá pelo Cartase, em que você apoiar o núcleo e em troca receber algumas contrapartidas. Entre elas participar do grupo fechado do Facebook, onde trocamos ideias e sabemos de tudo primeiro (às vezes até damos alguns pitacos em algumas ações).

Quase que mensalmente temos um reunião entre os apoiadores, com a participação do Guilherme e da Jéssica (e algumas participações especiais do Foster), para fazer nossos “pitchs”, tirar dúvidas e discutir assuntos que combinamos (eu já sou figurinha carimbada nas reuniões).

Agora nas reuniões desse ano eles estão trazendo alguns convidados para falar sobre assuntos específicos, na última foi a Andrea Yagui. Além de falar sobre o cargo de assistência de roteiros, eles sortearam 3 bolsas para o curso dela, inclusive, eu ganhei uma! Uhuu!

Para esse LAB, eles estão planejando alguns sorteios e também encontros para se aprofundar nos temas do LAB e oferecer mais dicas para os apoiadores. (Corre para apoiar, clicando aqui!)

Espero de coração que vocês tenham gostado do post e que ele te ajude de alguma forma na melhora do seu projeto para participação do LAB51!

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