Hoje vamos conhecer um pouco mais sobre Fidelys Fraga! Ele foi meu professor em diversas oficinas de roteiro, super atencioso, tem uma das melhores didáticas que conheço! Se você não conhece seu trabalho como roteirista e como professor sugiro que depois de ler essa matéria, corra para as redes sociais dele!
Quem é Fidelys Fraga
Atualmente você pode conferir duas séries escritas por mim que estão no ar. O drama político BAILE DE MÁSCARAS no Canal AXN da Sony e a série doc RODA DE CHORO já está rolando no Canal Curta! Outra série que escrevi e que foi ao ar recentemente também no Canal Curta! É a FRONTEIRAS FLUIDAS, que ainda é possível assistir na plataforma Tamanduá ou no NOW. No início deste ano também escrevi, dirigi e produzi a comédia DESCONSTRUÍDA que pode ser assistida no YouTube, onde explorei a linguagem dos “desktop movies” e multitelas.
Como professor, além das minhas oficinas livres, também sou professor do Polo Educacional SESC. Já ministrei cursos também na Caixa Cultural Curitiba, SESC Copacabana, UERJ FFP, Centro Cultural Getúlio Vargas, entre diversas outras instituições privadas e públicas.
Quer conhecer mais sobre o trabalho do Fidelys, acesse o site!
Bora pro papo!
Série ou filme, qual você mais gosta de desenvolver e porquê?
O que eu mais me divirto fazendo são as comédias ácidas e desbocadas e também os dramas pérfidos, ambos cheios de reviravoltas. A comédia vem da minha família. Venho de uma família humilde da Baixada e o humor sempre foi forte na nossa convivência. As reviravoltas e golpes teatrais vêm mesmo da minha trajetória no teatro. Sempre curti Molière, as comédias de erros de Shakespeare e a comédia romana também.
Qual trabalho seu foi mais difícil de desenvolver e porquê?
Acho que a série Desconstruída, que produzimos pra web e agora vai pro streaming, foi o mais difícil até agora. O formato das 3 telas simultâneas me obrigou a encontrar um ritmo próprio para a trama e para os diálogos. A forma como a gente trabalhou a linguagem da série foi bastante singular. Até o roteiro precisou de outro formato, que já permitisse a visualização das 3 telas o tempo inteiro. Mas, apesar de bastante complexo, foi super divertido.
Qual é o erro mais comum que um roteirista iniciante comete?
Se for pra escolher um, eu fico com a dificuldade de escutar críticas. É muito comum em qualquer trabalho com arte. No teatro também vivi muito isso. No início a gente mistura muito. É difícil entender que a crítica de um texto não tem nada a ver com o pessoal. Nem mesmo com o profissional que você é. Se não gostam do seu roteiro ou da sua cena, não significa que não gostam da sua pessoa ou do seu trabalho como um todo.
Olhando para sua trajetória tem alguma coisa que você mudaria?
Talvez começar a estudar roteiro mais cedo, mas eu me dedicava ao teatro e ao circo que também são coisas que eu amo fazer e que me ensinaram muito. Então acho que apesar de ter entrado para o audiovisual mais tarde, trouxe uma bagagem que muita gente no mercado não tem.
Maior decepção e maior alegria como roteirista?
Não diria decepção, mas é frustrante para todo roteirista quando os trabalhos de desenvolvimento não são produzidos. Em especial, tem uma série que eu amo, que desenvolvi para uma ótima produtora como roteirista chefe. O tema e o universo são incríveis, falam de uma época linda do Brasil. Mas os dados ainda estão rolando. Ainda tem chance de sair. Então vamos esperar.
Maior alegria é sempre o contrário, quando o trabalho vai pra tela. Então acho que foi ter uma série escrita por mim exibida no canal AXN.
Quanto tempo demorou entre você iniciar na carreira de roteirista e ter o primeiro trabalho produzido?
Comecei a estudar roteiro em 2011, a primeira série produzida foi em 2016. Antes disso fiz alguns trabalhos de desenvolvimento. Então acho que foi relativamente rápida a minha entrada no mercado. Mas eu já escrevia para teatro desde 2005. Então, já trazia muita bagagem em dramaturgia. E também é preciso lembrar que foi uma época excelente para a nossa política cultural, especialmente o audiovisual brasileiro. Depois de 2018 tudo despencou. Então temos que lembrar que o mercado só vai melhorar se a gente votar certo, né.
Processo criativo, como funciona pra você?
Muito Brainstorm no início. Tenho alguns métodos individuais de Brainstorm. Mas o ideal é ter alguém pra falar. Minhas ideias fluem durante a fala. É importante esse fluxo. O mais importante é não podar as ideias por mais idiotas que pareçam. Principalmente no início. Claro que isso somado à pesquisa. Qualquer pesquisa. Filmografia, Iconografia, pesquisa teórica, etc.
Há uma parte importante para a intuição no processo. Não é inspiração. A intuição é diferente. Ela vem de experiências, coisas que você já viu, mas surgem com uma nova forma, apontando caminhos interessantes. É importante estar atento a essas intuições.
Depois a gente pega o caos criativo e vai organizando, com suporte da técnica. A técnica facilita demais as coisas nessa fase. A escrita é mesmo a parte final. Só começo a escrever depois de criar muito material em forma de tópicos, ideias, cartões, etc.
Dica para quem quer ser um roteirista de sucesso como você?
Sucesso pra mim é quando quem te contrata fica satisfeito e contrata de novo. E isso, sempre acontece comigo. Então fico bem feliz. A dica pra isso é ser profissional. Saber se relacionar com todos da cadeia produtiva. Ser pontual, cumprir prazos, saber receber críticas e saber criticar, sem nunca levar nada pro pessoal. E claro, dominar a sua arte e a sua técnica. Ninguém vai te contratar pela sua genialidade. Vão te contratar se você for competente.
Em média quanto tempo você leva para desenvolver um projeto do início ao fim?
Depende muito. Para longa, acho que 5 meses é o mínimo, se partir do zero. Para séries, varia demais, às vezes é bem rápido. Mas o ideal seria um ano.
Conheça mais sobre o trabalho do Fidelys Fraga acesso o Insta!
Espero que você tenha gostado do papo, toda semana trago um papo com um profissional do roteiro, assim vocês conhecem as personalidades do meio e fica por dentro das curiosidades da carreira! Me conta, quem você gostaria de ver por aqui?
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